Nesta quarta-feira (24), o presidente do Sindicato dos Odontologistas no Estado de Goiás (Soego) e o presidente da Federação Interestadual de Odontologistas (FIO), estiveram em Brasília para participar da manifestação contra as reformas e o presidente Michel Temer.
O manifesto durou cerca de seis horas e foi marcado pela presença da Força Nacional de Segurança, um grupo militar que costuma não atuar na capital.
O conflito começou quando manifestantes supostamente incendiaram três prédios da Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O Corpo de Bombeiros esteve no local contendo o incêndio. Os ministérios da Agricultura e da Fazenda foram incendiados, e os funcionários foram retirados dos prédios através de saídas pelos fundos.
Neste momento, a segurança da Esplanada fazem a segurança nos locais ameaçados.
O grupo que cobra a saída de Michel Temer da presidência da República foi agredido no confronto com a Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), mas não se sentiram intimidados.
Várias pessoas ficaram feridas durante as manifestações. Temer é suspeito de praticar vários crimes antes e depois que assumiu a presidência, após o impeachment de Dilma Rousseff. Doze ações de impeachment pesam contra ele.
Na Câmara dos Deputados, a oposição entrou em conflito. Ocorreram empurrões, troca de insultos e a sessão foi suspensa. O clima esquentou quando o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) subiu à tribuna para contestar o chamamento do Exército. A Rede foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir a convocação das Forças Armadas.
De fora, a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar do Distrito Federal evacuaram prédios da Esplanada dos Ministérios e tentaram proteger servidores que se sentiram ameaçados diante da multidão. Os mesmos deveriam ser liberados no dia da manifestação para não correr riscos, assim como aconteceu, mas foram obrigados a ir trabalhar.
No gramado da Esplanada, policiais militares jogaram bombas e atiraram balas de borracha em direção aos manifestantes.
O governo Temer também expediu decreto em que colocou 1.200 militares das Forças Armadas de frente para os prédios, veja:
“DECRETO DE 24 DE MAIO DE 2017
Autoriza o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, caput, incisos IV e XIII, da Constituição,e tendo em vista o disposto no art. 15 da Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999,
D E C R E T A :
Art. 1º Fica autorizado o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem no Distrito Federal, no período de 24 a 31 de maio de 2017.
Parágrafo único. A área de atuação para o emprego a que se refere o caput será definida pelo Ministério da Defesa.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 24 de maio de 2017; 196º da Independência e 129º da República.
MICHEL TEMER
Raul Jungmann
Sergio Westphalen Etcheg”
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve se reunir hoje para tratar dos protestos e decidir que medidas tomar diante das ameaças ao direito de ir e vir e ao estado democrático de direito.