Após protestos e mobilização de servidores, o governo confirmou ontem que não haverá corte de bônus de produtividade na Secretaria Estadual de Saúde (SES). Em estudo na semana passada, o fim do adicional representaria economia mensal de R$ 4,8 milhões e havia sido sugerido pela consultoria da Falconi, contratada pela Secretaria da Fazenda (Sefaz).
Em anúncios ontem na SES e na Assembleia Legislativa, governistas afirmaram que serão avaliadas outras alternativas para reduzir os gastos da folha. Não há detalhes sobre os possíveis cortes. A Sefaz não se manifestou ontem sobre o assunto.
A mobilização dos servidores junto ao secretário de Saúde, Leonardo Vilela, e os deputados estaduais começou após boatos na semana passada de que a Casa Civil preparava projeto de lei para extinguir os pagamentos adicionais. De acordo com os servidores, em alguns casos, o bônus representa 60% da remuneração dos funcionários.
Em reunião com representantes dos servidores, Leonardo falou que preferia cortar repasses para as organizações sociais (OSs) responsáveis pela gestão dos hospitais a abrir mão do adicional para os servidores. “Houve estudo por parte de uma consultoria que não conhece a realidade dos servidores. Mas tive uma conversa com o governador Marconi Perillo e ele me disse que nunca houve, por parte do governo, qualquer decisão pelo corte da produtividade”, afirmou ontem o secretário aos servidores.
Responsável pelo anúncio na Assembleia, o deputado Gustavo Sebba (PSDB), que é médico, disse que a remuneração em geral na saúde é baixa e que o bônus é importante para a motivação dos servidores. “Saúde não é só hospital. É preciso valorizar o servidor. Ficamos satisfeitos com a sensibilidade do governo”, disse.
O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Goiás (Sindsaúde) comemorou o anúncio, afirmando que as mobilizações conseguiram “barrar mais uma investida do governo de Goiás contra direitos dos trabalhadores”. “Conseguimos agir rápido e mostrar força e união para lutar contra toda e qualquer tentativa de cortar direitos”, disse a presidente do Sindsaúde, Flaviana Alves.
Na segunda-feira, servidores da saúde – a maioria vestidos de preto – ocuparam o hall de entrada da SES para protestar contra a proposta de cortar o adicional.
Em dificuldades para o pagamento da folha, a Sefaz parcela os salários em duas vezes desde abril. Os salários de julho foram pagos no mês trabalhado para aqueles que recebem até R$ 3,5 mil e no dia 10 de agosto para os servidores que têm remuneração superior.
A secretária da Fazenda, Ana Carla Abrão, estará na Assembleia Legislativa hoje, às 9h30, para detalhar a proposta de criação de Lei de Responsabilidade Fiscal no Estado. É mais uma medida para buscar equilibrar as contas e garantir o pagamento da folha do funcionalismo.
Fonte: Jornal O Popular (19/08/2015)