Servidores da Saúde decidem: sem negociação, greve continua!

Paralisação já dura 50 dias e governo estadual se recusa a negociar. Em vez disso, mandou cortar o

Sem negociação, greve continua, afirma presidente do Soego, José Augusto Milhomem.

Sem negociação, greve continua, afirma presidente do Soego, José Augusto Milhomem.

Completados 50 dias de greve, o que o governo Marconi Perillo apostava é que o movimento dos servidores e servidoras da Saúde iria se enfraquecer e todos voltariam aos seus postos de trabalho conformados com o calote de seis anos na data-base e se contentariam com as conquistas que a paralisação já rendeu. Mas a categoria decidiu em assembleia, nesta terça-feira, 8 de novembro, que a greve continua. “De acordo com o secretário de gestão e planejamento, Joaquim Mesquita, o governo teria informado à categoria que não negocia com grevistas. Deste modo, a greve dos servidores da saúde CONTINUA, por unanimidade”, informou o presidente do Soego, José Augusto Milhomem.

soego2Além da decisão de nova assembleia, agendada para 16 de novembro, os trabalhadores decidiram constituir um fundo de greve, no valor correspondente a um dia de trabalho de cada servidor.

Desde o início da greve, no dia 20 de setembro, os trabalhadores conseguiram que o governador revogasse o Decreto 8.747, que limitava o quantitativo de servidores que receberiam o Prêmio de Incentivo (gratificação de produtividade); o arquivamento do Projeto de Lei (PL) 2.759/16 que reduziria essa gratificação pela metade; e o pagamento da segunda parcela do enquadramento do Plano de Carreiras.

O que se viu nesta terça-feira, na entrada da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), foi uma assembleia forte, representativa e coesa que decidiu pela continuidade do movimento, já que o governo estadual não apresentou, até agora, nenhuma proposta de recomposição das perdas salariais, que já chegam a 48% dos vencimentos da categoria.

Resistência

Promotor Fernando Krebs afirma que o Ministério Público pode e deve entrar com ações em defesa do servidor público.

Promotor Fernando Krebs afirma que o Ministério Público pode e deve entrar com ações em defesa do servidor público.

Além das dezenas de trabalhadores e trabalhadoras que se deslocaram até a Alego para demonstrar sua decisão de continuar a luta, compuseram a mesa a presidenta do Sindsaúde-GO, Flaviana Alves Barbosa; o presidente da CUT Goiás, Mauro Rubem; a presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Ailma Oliveira; a presidenta do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Goiás (Sieg), Dionne Hallyson Silva de Siqueira; o presidente do Sindicato dos Odontologistas do Estado de Goiás (Soego), José Milhomem; o promotor de Justiça Fernando Krebs; e o advogado do Sindsaúde Roberto Gomes Ferreira.

soego3Fátima Veloso, secretária de Relações do Trabalho da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS) diretora nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e ex-presidenta do Sindicato dos Trabalhadores no Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO), participou da assembleia e cumprimentou a todos pela resistência.

O advogado Roberto destacou o mandado de segurança impetrado junto ao Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) para garantir o pagamento dos dias parados, cujo corte foi determinado pelo governador Marconi Perilllo. “A lei tem que ser cumprida. A data-base é uma garantia constitucional e não é paga há seis anos. Os servidores têm todo direito de entrar em greve”, destacou.

Krebs, por sua vez, afirmou que o Ministério Público pode e deve entrar com ações em defesa do servidor público e lamentou que o Estado tenha transformado a exceção em regra no caso das Organizações Sociais. “Sem servidor não existe Estado. Peço que todos sejam fiscais do MP. Filmem, fotografem, registrem as irregularidades para que possamos tomar as providências cabíveis”, disse.

Fonte: CUT-GO (editada por Soego)

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